Relatório da SITA mostra que a taxa de extravio de bagagem na região caiu para
5,5 malas por 1.000 passageiros em 2024
O setor de transporte aéreo da América Latina e do Caribe fez avanços significativos em 2024, reduzindo sua taxa de extravio de bagagem em quase 15% em relação ao ano anterior, de 6,43 malas por 1.000 passageiros em 2023 para 5,5 em 2024. De acordo com o recente relatório Insights em TI sobre Bagagens – 2025, da SITA, (SITA Baggage IT Insights 2025, em inglês), esse progresso ressalta o crescente investimento da região em tecnologias inteligentes de malas e em melhorias operacionais, mesmo com o aumento do número de passageiros.
O panorama global também mostra um avanço. Apesar de um aumento de 8,2% no tráfego mundial em 2024, a taxa geral de extravio caiu para 6,3 malas por 1.000 passageiros, ante 6,9 no ano anterior e 67% menos do que em 2007. O número total de malas extraviadas caiu para 33,4 milhões, em comparação com 33,8 milhões no ano anterior.
Dos 33,4 milhões de malas extraviadas, mais de 66% (22 milhões) foram resolvidas pela solução WorldTracer® (Rastreador Mundial, em tradução livre), da SITA, em 48 horas, destacando a capacidade do setor de restituir rapidamente os passageiros com suas bagagens. Especificamente, dos 22 milhões, 25% foram resolvidos em 12 horas, 38% em 24 horas e outros 38% em 48 horas.
Embora esses resultados mostrem uma nítida melhora, o gerenciamento inadequado de bagagens ainda custou ao setor cerca de US$ 5 bilhões em 2024, evidenciando que os viajantes estão cada vez mais exigentes. Os custos, desde devoluções por correio e atendimento ao cliente até o tratamento de reclamações e perda de produtividade, destacam a urgência de investimentos contínuos em sistemas de bagagem em tempo real, automatizados e baseados em dados.
“No transporte aéreo, a transformação não é mais uma fase, é a norma. O setor está em constante evolução, impulsionado pela tecnologia, pelas expectativas dos passageiros e pelas mudanças globais”, afirma David Lavorel, CEO da SITA. “Vimos uma mudança radical com a automação e o uso generalizado do rastreamento em tempo real. Agora, os passageiros esperam que a experiência com a bagagem seja tão fácil e transparente quanto usar um aplicativo de carro ou delivery. Não se trata mais apenas de transportar malas, mas de proporcionar uma viagem fluida e conectada. As companhias aéreas estão prontas para aproveitar a solução que melhora a experiência dos clientes, mantendo os custos baixos e sendo simples de implementar. Juntamente com nossos parceiros, estamos repensando o manuseio de bagagens para oferecer aos usuários total visibilidade e controle desde a partida até a chegada, proporcionando tranquilidade e tornando o trajeto mais otimizado”, completa.
Maturidade tecnológica, não experimentação
Os aeroportos e as companhias aéreas estão lidando com maiores volumes de malas e mais precisão. O rastreamento em tempo real, a análise baseada por IA e as soluções de autoatendimento já não são experimentais, estão se tornando padrão e, claramente, surtindo efeito. Com isso, fica evidente o impacto real do investimento em sistemas de bagagens inteligentes e baseados em dados.
Em 2024, 42% dos passageiros tiveram acesso a atualizações em tempo real sobre suas bagagens, um aumento em relação aos 38% do ano anterior. Quase metade dos viajantes afirma que o rastreamento móvel aumentaria sua confiança ao despachar uma mala, e 38% valorizam a adição de etiquetas de identificação digitais.
As companhias aéreas responderam priorizando a visibilidade ao longo de todo o trajeto da mala. Atualmente, 66% oferecem despacho automatizado de bagagem e outros 16% planejam adotar até 2027. No lado dos aeroportos, 65% planejam implementar o autodespacho de bagagem biométrico até o mesmo ano.
Uma parceria entre tecnologia e confiança
Uma das inovações que mais se destacou em 2024 foi a integração do recurso Share Item Location (Compartilhar a Localização de um item, em tradução livre), da Apple, com o WorldTracer®, da SITA. Os passageiros podem compartilhar a localização do seu Apple AirTag com as companhias aéreas, permitindo uma recuperação mais rápida da bagagem. British Airways, Lufthansa, Qantas, Cathay e Virgin Atlantic estão entre as empresas que adotaram o recurso.
Essa integração também potencializa a tecnologia WorldTracers Auto Reflight (Reenvio Automático, em tradução livre), que reenvia automaticamente as malas com a etiqueta original, identifica a causa do extravio e inicia a resolução, sem a necessidade de intervenção humana.
Onde a maioria das malas se perdem e como a indústria está respondendo?
As bagagens atrasadas continuam sendo o problema mais comum, representando 74% das bagagens extraviadas, uma queda em relação aos 80% do ano anterior. As malas perdidas ou roubadas representaram 8%, enquanto as bagagens danificadas ou furtadas aumentaram para 18%, em comparação com 15% em 2023.
O manuseio incorreto das transferências foi o maior contribuinte, com 41%, mostrando uma melhora em relação aos 46% do ano anterior. Erros de etiquetagem ou emissão de bilhetes, questões de segurança e fatores semelhantes aumentaram ligeiramente para 17% (um aumento de 3 pontos percentuais), enquanto as falhas de carregamento permaneceram estáveis em 16%. Questões operacionais, como atrasos alfandegários, condições climáticas ou restrições de capacidade, aumentaram de 8% para 10%.
“Estamos fazendo progressos, mas a questão das bagagens ainda causa estresse ao setor”, ressalta Nicole Hogg, diretora de bagagem da SITA. “Os passageiros querem tranquilidade. O futuro das malas está evoluindo rapidamente com automação, visão computacional e ferramentas móveis. Sendo assim, estamos tornando a experiência muito mais confiável”, complementa.
Novas normas visam reduzir ainda mais os erros de manuseio
Em 2025, o setor de transporte aéreo aprovou o novo padrão Modern Baggage Messaging (MBM). Projetado para melhorar a qualidade dos dados, o MBM Versão 2 deve reduzir os erros de manuseio em mais 5%.
Essas melhorias se baseiam na Resolução 753 da IATA, que exige o rastreamento de bagagens em quatro etapas principais. O foco agora é usar dados compartilhados para prevenir problemas, não apenas relatá-los.
A bagagem como um serviço, não como um desafio
Aeroportos como o Red Sea International, na Arábia Saudita, já estão implementando soluções de bagagem de última geração, incluindo check-in fora do aeroporto e rastreamento em tempo real, com tecnologia da Bag Journey, da SITA (Jornada da Bagagem, em tradução livre).
“Cada mala é importante”, acrescenta Hogg. “Não se trata apenas de reduzir erros. Trata-se de criar confiança em todo o trajeto, e a tecnologia está claramente tornando isso possível.”
O relatório Insights em TI sobre Bagagens – 2025, da SITA, reflete as opiniões e os dados de 280 companhias aéreas e do tráfego de passageiros da IATA. A SITA aplica um sistema de ponderação, com base nas estatísticas de trânsito de viajantes da IATA, aos dados da solução WorldTracer® para calcular as taxas de extravio de bagagem. Acesse aqui o relatório completo.