O risco de desenvolver trombose aumenta em 26% a cada duas horas sentado na mesma posição; especialista explica como prevenir
Muitas pessoas aproveitam o verão para viajar e conhecer novos lugares, mas longas viagens de avião, carro ou ônibus podem trazer alguns riscos para a saúde vascular do viajante, como o desenvolvimento de varizes e trombose venosa profunda. Conforme um estudo realizado pela Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, a cada duas horas sentado aumenta em 26% o risco do aparecimento de trombose.
Para o cirurgião vascular e membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular, Dr. Márcio Steinbruch, quanto mais tempo a pessoa ficar parada na mesma posição, maiores são as chances de desenvolver um problema vascular nos membros inferiores. “Isso costuma acontecer nas viagens acima de 4 horas, porque como as pessoas ficam na mesmo posição sem movimentar as pernas, o fluxo sanguíneo nessa área diminui e aumenta o risco da formação de um coágulo, que pode acabar se tornando uma trombose venosa profunda, e também propicia a aparição de outros problemas vasculares”, comentou.
Além do risco de trombose, viagens de longa duração podem também causar varizes. Como a circulação sanguínea é prejudicada, aumentam as chances de desenvolver a doença varicosa, que mais do que causar um dano estético à pessoa, pode acarretar em problemas de saúde, como tromboflebite, manchas locais, dor e uma série de outros incômodos.
Alguns fatores de risco podem contribuir para o aparecimento das doenças vasculares neste caso, como histórico de trombose, gravidez, cirurgia recente e também a idade, caso o viajante seja idoso. Mas existem algumas formas de prevenção, por exemplo, se a viagem for terrestre, fazer uma parada a cada duas horas, para que a perna volte a ter uma maior circulação do sangue. Se a viagem for aérea, pode ser feita uma ida até o banheiro ou até mesmo ficar mexendo as pernas e movimentando os pés em movimentos circulares. Além de se hidratar bem e evitar usar roupas apertadas, que prejudicam a circulação.
“Lembrando que não há necessidade de preocupação excessiva, pessoas com varizes ou com histórico de trombose na família devem estar sempre passando por acompanhamento médico especializado. Dessa forma, o profissional irá orientar o paciente da melhor maneira para que não ocorra complicações”, explicou Steinbruch. “Mas a pessoa deve sempre estar atenta. Se ao retornar da viagem, as dores e inchaços permanecerem, deverá consultar um especialista o quanto antes, para fazer o diagnóstico e tratamento correto”, completou.
Inchaço, formigamento, pele vermelha, dor, cansaço constante, perda de sensibilidade nas pernas, cãibras, dificuldade em se manter em pé por muito tempo e palidez nos pés são os principais sintomas de problemas vasculares nos membros inferiores e não devem ser ignorados.