Manifestações exigem que a rede elimine o uso de ovos de galinhas confinadas em gaiolas
Durante o feriado prolongado, protestos simultâneos aconteceram em frente a unidades da rede de hotéis Marriott International no Brasil e México, cobrando o cumprimento de um compromisso público assumido pela empresa há sete anos: eliminar, até 2025, o uso de ovos provenientes de galinhas confinadas em gaiolas de sua cadeia global de fornecimento.
No Rio de Janeiro, ativistas ocuparam por três dias consecutivos a orla da praia de Copacabana, em frente ao hotel JW Marriott, um dos mais luxuosos da rede no país. Em São Paulo, uma manifestação foi realizada em frente ao Renaissance Hotel, também da Marriott, no último sábado. As ações foram organizadas pelos grupos de proteção animal Animal Equality e Sinergia Animal, com o apoio de voluntários e defensores dos direitos animais.
As manifestações destacam a preocupação crescente com a falta de transparência por parte da Marriott. Embora a empresa mencione investimentos em ovos livres de gaiolas em relatórios recentes, não apresenta dados fundamentais sobre o progresso real. A ausência dessas informações levanta dúvidas sobre a credibilidade da empresa e reforça a percepção de descaso com os consumidores e com o bem-estar animal.

“A Marriott assumiu um compromisso público para banir a compra de ovos de galinhas presas em gaiolas e de reportar o progresso para alcançar esse objetivo até 2025. Até o momento a rede não reportou nenhum progresso e faltam poucos meses para o prazo expirar. Estamos nas ruas, junto com ativistas ao redor do mundo, para lembrar à rede que a sociedade está cansada de promessas não cumpridas.” afirmou, Carla Lettieri, Diretora Executiva da Animal Equality Brasil.
As galinhas mantidas em sistemas de gaiolas são forçadas a viver em espaços menores que uma folha de papel, sem conseguir abrir as asas ou realizar comportamentos naturais, como ciscar na areia, descansar em ninhos e empoleirar. Esse tipo de confinamento extremo tem sido banido ou restrito em diversos países, incluindo países membros da União Europeia e dez estados dos Estados Unidos.
As organizações exigem que a Marriott cumpra integralmente o compromisso firmado para 2025 e que divulgue de forma clara e transparente os dados que comprovem os avanços reais rumo a uma cadeia de fornecimento de ovos livres de gaiolas.
“É fundamental redobrar a atenção nos países do Sul Global, onde o atraso das empresas no cumprimento de políticas livres de gaiolas é alarmante. Não podemos aceitar que animais continuem sofrendo apenas porque estão em regiões com menos visibilidade internacional”, concluiu Carolina Galvani, diretora executiva da Sinergia Animal.