Em Avaí, no Coração Paulista, turismo indígena valoriza cultura originária

Indígena e presidente do COMTUR, David Terena atua na articulação de projetos que unem identidade cultural, educação e sustentabilidade 

No Dia Nacional dos Povos Indígenas, celebrado em 19 de abril, o Estado de São Paulo destaca a atuação de David Henrique da Silva Pereira, o David Terena, exemplo inspirador de valorização das culturas originárias e fortalecimento do turismo sustentável.

Aos 38 anos, Terena preside o Conselho Municipal de Turismo (COMTUR) de Avaí — um feito inédito no estado. Em seu posto, atua na articulação de projetos que unem identidade cultural, educação e sustentabilidade. “Este cargo veio agregar ao nosso trabalho com foco no turismo, uma vez que já estamos atuando no turismo pedagógico e no etnoturismo, uma modalidade que valoriza e interage com comunidades tradicionais, permitindo uma imersão na cultura e no modo de vida dos povos originários, como a nossa”, afirma.

Segundo ele, o fortalecimento do turismo local tem ampliado o alcance das práticas culturais da aldeia e gerado oportunidades para os artesãos. 

A 370 quilômetros da capital, Avaí tem população de pouco mais de 4,4 mil pessoas. Parte dela, 15,1%, é composta por indígenas. São 677 pessoas, em sua maioria pertencentes às etnias Terena e Guarani, vivendo na Terra Indígena Araribá, que completa 112 anos em 2025. Também há representantes dos Kaingang.

Na Aldeia Ekeruá, as atividades típicas do etnoturismo incluem grafismo, artesanato, oficinas culturais, jogos e apresentações. “Trabalhamos para que o turismo cresça cada vez mais, oferecendo uma imersão na cultura indígena com diversas atividades”, explica David.

Turismo que gera identidade e renda

De acordo com o bacharel em Turismo Márcio Langoni, profundo conhecedor da região, “a visitação em nossa comunidade é importante para que os não indígenas conheçam nossos costumes e tradições. Isso dá visibilidade aos povos originários e é uma oportunidade de geração de renda para os indígenas e de valorização da nossa cultura”.

Museu das Culturas Indígenas: um espaço de memória e resistência

Para quem deseja ampliar o conhecimento sobre as culturas indígenas, o Museu das Culturas Indígenas (MCI), inaugurado em 2022 no bairro da Água Branca, na capital paulista, é um importante equipamento do Governo do Estado. Com exposições permanentes e temporárias, o MCI promove o diálogo intercultural e valoriza a arte, os saberes e as memórias dos povos originários.

Serviço: funciona de terça a domingo, das 9h às 18h (quintas até 20h). Endereço: Rua Dona Germaine Burchard, 451 – Água Branca, São Paulo.

Mais destinos no Coração Paulista

A região turística do Coração Paulista vai muito além de Avaí. Em Lençóis Paulista, conhecida como a “Cidade do Livro”, destaca-se o Engenho São Luiz, a Vinícola Casagrande e os parques Paradão e do Povo. Em Bauru, o Jardim Botânico é uma joia ambiental com reconhecimento internacional, com trilhas, coleções de plantas e uma praça etnobotânica com objetos indígenas que conectam a cidade à Terra Indígena Araribá.

Em Piratininga, o Museu do Café na Fazenda São João alia turismo pedagógico, recuperação florestal e astroturismo, explorando a hipótese da queda de um meteoro na região.

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