Machu Picchu1 

Machu Picchu

 

Texto e fotos Jaime Bórquez

 

Hiram Bingham, o descobridor de Machu Picchu, tomou um susto ao ver a cidadela sagrada dos incas. Era um 24 de julho de 1911, caía uma fina chuva e sua viagem até lá em cima não tinha sido propriamente muito confortável. Várias tentativas, muito dinheiro investido, longas caminhadas, paredões escorregadios, saliências perigosas, além do desconforto com umidade, a preocupação com cobras venenosas e uma alimentação pra lá de franciscana.

 

Não, isto não poderia ser uma viagem agradável, mas, o descobrimento valeu a pena pra ele, pelos anos que levara tentando achar a cidadela sagrada dos incas. Para nós, hoje, 95 anos depois dele percorrer o Peru e chegar a Machu Picchu é o corolário de uma viagem perfeita, cômoda e, porque não dizer, chiquíssima.

 

Esqueça a mochila e as botas estilo Us Army. Nada de pesadas mochilas, cantis, ponchos nem congas. Faça uma mala com todos os toques de elegância que seu bom gosto permita. Não vai ter cobras venenosas nem escaladas por ladeiras perigosas. Ao invés disso, terá hotéis cinco estrelas com quartos até pressurizados, guias multilingües vestidos e com o verbo à Indiana Jones (tem visitantes que se apaixonam e nunca mais voltam aos seus países por causa deles...), assim como também restaurantes chiques, noites inebriantes e, claro, aulas subliminares de história, da manhã até à noite, a cada passo dado. Isso é, hoje, uma viagem ao Peru.

 

Quem não tem sensibilidade ou está afoito por chegar a Cusco sempre esquece de dar uma volta por Lima, a capital do país. É bom lembrar que esta foi nos tempos da conquista da América, a capital ultramar do reino da Espanha. Se permita esse deslize e fique surpreso com o que ela pode oferecer aos visitantes. Não se deixe enganar com a desordem arquitetônica nem a feiúra da periferia, na saída do aeroporto a caminho do centro. Aliás, nenhuma periferia é bela na América Latina. Mas, ao entrar nos bairros de Miraflores ou San Isidro, terá a nítida sensação de estar em outro país. Tem, um toque da Havana dos tempos do Batista, algo do interior do México com mansões sacadas de algum filme do Zorro.

 

Aqui se concentra a riqueza desses felizardos num país que engatinha ainda no terceiro mundo. Campos de golfe, restaurantes, cines, galerias de arte, baladas, cafés e até padarias de elegância quase agressiva, lojas de marcas famosas, ruas por onde desfilam modernos carros importados, madames com seus cachorrinhos recém-saídos do cabeleireiro e homens jovens de rigoroso preto, como os do filme Men in Black, dão um charme muito especial na vizinhança. Nestes bairros também estão os melhores hotéis, como o requintado Miraflores Park, que pertence ao Orient Express, e o Lima Hotel, com uma arquitetura minimalista digna de uma revista de design moderno. Pois é, uma volta por esta Lima surpreende. Os restaurantes na beira do Pacifico, como o Rosa Náutica ou El Hornero, alimentam corpo e espírito. Em pleno centro da cidade está o El Cordano, que leva 101 anos servindo sanduíches e pratos cheios de história, e caprichadíssimos, uma versão limenha de nosso Ponto Chique.

 

Mas, antes de deixar as surpresas limenhas em direção às maravilhas incaicas, se faz conveniente conhecer o museu arqueológico Rafael Larco Herrera, com a maior coleção de arte pré-colombiano peruano que existe no mundo. Quem pensa que só de incas viveu o antigo Peru vai ver que a lista é muito mais longa. Lá estão as amostras das grandes culturas que povoaram a região, como a chimú, a nazca, a chavín, a mochica, a paraca e, claro, a cultura limenha. O salão de arte erótico é o mais procurado pelas visitas. Aí as figuras contam explicitamente todas as formas de prazer sexual que as antigas civilizações daqui cultuavam. Não só de rituais e deuses viviam os nativos, disso pode ter certeza.

 

Subindo ao Cusco

 

PER 1948

Machu Picchu

 

Ao sair de Lima, do nível do mar, para chegar a Cusco que tem uma média de 3.400 metros acima, deve-se ter muito cuidado com o temido “soroche” ou “puna”, o mal das alturas. É recomendável tomar as coisas com muita calma ao descer do avião. Ficar o resto do dia no hotel, em período de aclimatação, é a melhor dica. Se o fazem as grandes estrelas do futebol com saúde de ferro, porque não a gente, que comparado com eles é quase um total sedentário? Afinal, tudo o que a gente vai visitar, como templos, ruínas e peças de museus já estão ali há quase uma dezena de séculos e não vão se mexer nem desaparecer do dia para a noite. Por outro lado, a energia e a mística da cidade têm ares de eternidade.

 

Hospedando-se no hotel Monasterio, uma construção que data de 1592 e que albergou um mosteiro, pode receber uma dose reforçada de oxigênio no seu quarto por tão só trinta dólares a mais na diária. Faz alguma diferença? Muita. Como do Inti, Deus do Sol, para a Pacha Mama, a mãe Terra. Os quartos do Monastério hoje não têm essa pobreza franciscana vivida pelos monges. Talvez o único que lembre que se está num mosteiro sejam os cantos gregorianos que se escutam nas suas galerias e espaços comuns, os quadros sacros nas paredes e uma igreja antiqüíssima que se usa hoje como salão de festas e convenções. O resto é para que nós, cristãos ou não, possamos gozar das mordomias que brinda uma boa conta no banco, como os restaurantes Illariy e Tupay, com pratos da cozinha peruana e internacional, e o Lobby Bar e seus magníficos pisco-sours. Afinal, somos todos filhos de Deus...

 

Hotel El Monasterio El Monasterio

Belmond Hotel Monasterio

 

O que você verá nos museus, como o moderno e completo Museu de Arte Pré-colombiano ou MAP, o Inka, o do mosteiro Santa Catalina, o de Arte Contemporâneo, o Histórico Regional e o do Sitio Corikancha dão tão só uma pincelada da riquíssima cultura dos povos andinos. Descrever essas maravilhas não tem cabimento, só vendo em pessoa. Por outro lado, não pretenda entender toda a cosmogonia destes povos todos. Nossa atual civilização vive num constante olhar pra frente e pros lados, a diferença deles, que olhavam pra cima sem ter que se preocupar em ser roubados ou assaltados. Os incas tinham três regras básicas para a convivência: não ser mentiroso, nem ladrão, nem preguiçoso. Se estas normas fossem obrigatórias desde o nosso Planalto pra baixo, outro samba se escutaria.

 

Quem faz esta viagem em grande estilo deve esquecer-se de pegar passeios coletivos, numas vans caindo aos pedaços. O melhor é contratar seu próprio chofer, muitos dos quais falam várias línguas. O bom disto é que ninguém está afoito por ficar ou por ir embora, você toma todo seu tempo para admirar povoados antigos, ruínas, paisagens, nativos, lhamas, alpacas, enfim, a vida no altiplano, sem a menor preocupação. Outra vantagem é aquela maravilha de não estar escutando o guia tagarela que recita datas, nomes e histórias de memória, sem direito a interrupção, pois corta a inspiração dele e, pior, o fio da meada, obrigando-o a recomeçar a ladainha. Você não merece isso. Caminhar pela cidade é viver um passeio por um museu ao ar livre. Ruelas estreitas, catedrais e igrejas por todo lado, praças, becos e até as pétreas paredes tem histórias pra contar, como a pedra dos doze ângulos, um trabalho onde se percebe ao artista se gabando da sua maestria. Mas, nem tudo deve ser história. Uma boa viagem deve ter também suas próprias histórias. Por isto, é salutar descobrir e se divertir, seja nas dezenas de restaurantes e pubs com ambiente gostoso ou nas aladas da agitadíssima noite cusquenha. Em tempo, lembre que a melhor cerveja do Peru é justamente a Cusqueña!

 

Cusco

Cusco

 

Llamas PER 2177

Nativas

Llamas, Alpacas e nativos

 

Pelo vale sagrado

 

Com um bom guia-chofer e um carro confortável, temos todo o tempo do mundo para conhecer os recantos deste vale sagrado dos incas. Como negociar um bom veiculo com chofer? Uma alternativa é trazer tudo montado antes de sair do Brasil, via agência de viagens, mas há outra forma que permite uma escolha mais ao nosso estilo. Na saída do aeroporto e nas ruelas cusquenhas achará centenas de táxis e carros oferecendo transporte. Escolha aquele mais moderno e ao seu gosto em modelo e cor, logo troque umas ideias com o chofer. Se você sentir simpatia por ele aí vai ser coisa de fechar um valor por tudo o que quiser fazer. Há muito que conhecer, mas tendo na lista Saqsaywaman, Q`enqo e Ollantaytambo, tem meio caminho andado. Se coincidir o dia da feira em Chinchero, não perca. Aqui ainda se vê fazer negócio em base da troca, tradição secular dos povos andinos. E se realmente estiver afim de não deixar nada sem visitar anote: Pisaq, Piquillacta, Tipon, Puka Pukara e Tambomachay. Todas são fortalezas ou centros rituais construídos em pedra, com um capricho estético digno dos deuses. E se quiser exagerar no conhecimento dos arredores visite Las Salineras de Maras, superfotogênicas, e os terraços de cultivo arredondados de Muray, feitos em buracos profundos e gigantescos. Para percorrer o vale sagrado, que corre ao longo do rio Urubamba, fica muito mais prático e cômodo se hospedar no pequeno povoado de Jucay, a menos de uma hora do centro de Cusco. Claro, aqui não tem discoteque nem bares, só paz, descanso, o no - stress completo.Vale a pena? Não tenha dúvida. Como toda a viagem, aqui também se respira história. Se fica no hotel Casona de Jucay, que data de 1810, é bom lembrar que aqui hospedou-se Simón Bolívar, um dos libertadores da América, colega do argentino San Martin e do chileno O´Higgins. Se quiser maior sofisticação, justo enfrente, está o Sonesta Yucay Posada Del Inca, que mais que um hotel parece uma vila dos tempos da colônia. Ambos os hotéis possuem um charme muito além das três estrelas com as quais estão catalogados.

 

Não pense que em Yucay não há nada pra fazer. Ela está se transformando no pólo de turismo de aventura na região. Faz-se rafting pelo correntoso rio Urubamba, cavalgadas pelas serras andinas, mountain bike e trekking. Mas, se tudo isto for demais para seu físico, de carro e com um chofer esperto da até para se adentrar na vida do vale e descobrir personagens como, por exemplo, o artista plástico Pablo Seminário, que tem revolucionado a cerâmica decorativa e utilitária do Peru, tomando como base as culturas Pré Inca e Inca. Seu oficio cruzou fronteiras e pelo seu ateliê já passaram figuras como Leonardo de Caprio, da mão da Gisele Bundchen e a cantora Shakira, que até botou as mãos na massa para fazer um copo, que acabou virando cinzeiro... Um chofer-guia peruano pode abrir as portas das “chicherias”, onde se faz a “chicha”, bebida feita de suco de milho fermentado, ou levá-lo a comer um bom cuy assado, prato tradicional do altiplano. Se for impressionável esqueça esta dica. Cuy é o nome em espanhol que tem o hamster. Um chofer entrosado também pode fazê-lo conhecer os intramuros da secular vila de Ollantaitambo, onde você vai pensar que entrou no túnel do tempo. A vida deste povoado feito de pedra continua como nos tempos do Inca Pachacutec. Surpreenda-se com os intrincados dutos que levam água a todo o povoado, em canais de pedra finamente trabalhados.

 

Descendo até Machu Picchu

 

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Machu Picchu

 

Tem-se a ideia errada de que a viagem a esta maravilha do mundo é de subida, mas, Cusco está a 3.500 metros acima do nível do mar e Machu Picchu só a 2.400 m. Uma diferença que ajuda, e muito, a respirar melhor. Existem só duas formas de chegar a Machu Picchu, uma é caminhando pela mítica trilha inca, em grupos organizados e guiados já que não se permite fazer esta trilha por conta própria. A outra é de trem. E aqui existem outras duas formas de chegar lá embaixo, uma normal e outra em total mordomia. Na primeira você irá junto a nativos que se locomovem entre Cusco e outras paradas ao longo do Valle Sagrado, levando sacolas, galinhas e tudo o que você pode, ou não, imaginar. Uma viagem pitoresca, por usar um eufemismo carinhoso. O outro jeito é viajar com toda tranqüilidade e serviço impecável no Hiram Bingham, o trem da Orient Express, como quem vai de Firenze a Veneza. Este sai do povoado de Poroy, do lado de fora de Cusco, que fica num grande vale. Assim, poupamos a longa estrada de ferro em ziguezague que é preciso fazer para sair do buraco cusquenho. Já logo de cara, antes mesmo de subir ao Hiram Bingham, começa a festa, com champagne servida por garçons de impecável tuxedo e luvas brancas. Danças típicas e música ao vivo para os felizardos viajantes duram até o inspetor dar o grito: todos ao trem! Os passageiros duram pouco tempo em seus respectivos assentos. Nem mal começa a viagem todo mundo vai direto para o vagão do fundo, o Vista Dome, com janelas panorâmicas, um open-bar de atendimento cinco estrelas e música ao vivo, para dançar tangos, boleros e a infalível La Bamba... Vamos assim admirando as paisagens do cativante canhão do rio Urubamba, as floridas plantações, os milenares terraços de cultivo. O vale vai se estreitando e muda a paisagem para uma floresta decididamente amazônica. O almoço servido a bordo é impecável, tanto na qualidade do serviço como na apresentação dos pratos, acompanhados com surpreendentes vinhos peruanos. Pena que a viagem dure só quatro horas.

 

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Trem Belmond Hiram Bingham

 

Bar del tren

Bar do trem Hiram Bingham

 

A chegada na cidade de Aguas Calientes nos traz de volta à realidade. O caos deste povoado se encarrega disso. Multidões de turistas enchem suas ruas coalhadas de restaurantes e lojas de souvenirs. Daí se tomam os ônibus que serpenteiam por um caminho de terra estreito, cheio de curvas e precipícios de causar arrepios a qualquer um. O caminho termina a metros do charmoso hotel Sanctuary Lodge, o único que existe lá em cima, bem ao lado do complexo arquitetônico de Machu Picchu. Se nos impressionamos até ficar emocionados ao cruzar a entrada e ter quase um soco no coração ao ver a imponência deste lugar, podemos imaginar o que sentiu Hiram Bingham em 23 de julho de 1911. Uma cidade impossível de distinguir desde o vale, já que sua construção segue as linhas do empinado morro, até se mimetizar. Paredes, caminhos, pátios, casas, terraços de cultivo e um complexo sistema de irrigação, que permitem o perfeito aproveitamento das águas, é tão só a parte visível deste lugar, que dizem foi uma espécie de Vaticano para os incas. Sim, porque Machu Picchu tem uma parte invisível, ou quase, que só se descobre estando ali no Solstício de Inverno, em 21 de junho, se se tem a sorte de o dia estar aberto e com sol. Quem estiver lá, verá olhos iluminados nas paredes, sombras que mostram objetos, trilhas de luzes e sombras que mostram quão mística era esta civilização e que avançada era no conhecimento dos astros. A Intihuatana, ou pedra onde se amarra o sol e outra pedra que mostra perfeitamente o Cruzeiro do Sul são pequenas provas disto.

 

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Souvenirs

 

Mas, os guias contam sobre observatórios astronômicos de onde podem ser distinguidas constelações precisas, nos falam de construções a prova de terremotos, de graus exatos que compensam a distância que Machu Picchu tem com o equador terrestre, enfim, de tanta informação que atordoa e nos deixa espantosamente mudos, que o melhor conselho é ir até o alto da cidade, na chamada guarita do vigia, sentar no muro de pedra e simplesmente deixar passar o tempo observando este lugar único no mundo. Uma vista que jamais esquecerá.

 

Uma surpresa muito chique no Colca

 

O vale do rio Colca é uma região pouco conhecida do Peru, mas que merece ser visitada. Aqui fica o impressionante Canhão do Colca, por onde corre o rio do mesmo nome. Este é um vale muito mais profundo que o famoso canhão do Colorado, uma garganta de 3.207 metros de profundidade, entre montanhas com quedas quase na vertical, que tiram o fôlego de qualquer um. E é nesta região onde a Orient Express abriu seu mais novo hotel na América Latina, o Casitas del Colca. Esta é uma vilinha de chalés, construídos na simplicidade e, ao mesmo tempo, na sofisticação que esta rede hoteleira internacional tem por costume. São 20 casinhas ao todo, com uma decoração sem exagero de nenhum tipo, mas com toques que dão ao ambiente um aconchego e praticidade acima do normal. Lareira, um amplo banheiro, ducha interior e exterior e uma banheira com paredes de vidro, onde o banho de espuma torna-se um prazer lúdico.

 

O hotel oferece passeios a cavalo, caminhadas das mais simples até as que requer não só boas pernas como bons pulmões, lembre que está a 3.260 metros acima do nível do mar. E é justamente por esta razão que não achará sala de ginástica nas instalações, fazer exercício pesado nesta altura pode resultar em algo perigoso. Mas, há um completo SPA, o Samay, com tratamentos a base de óleos naturais, massagens relaxantes e tudo que seu corpo merece e agradece. O hotel conta também com sua própria horta e tudo o que é consumido no restaurante vem delas. Alface, rúcula, alcachofra, cebola, pimenta, temperos vários, enfim, tudo é cultivado entre as casinhas, tanto em estufas como em terrenos abertos, inclusive em sistema hidropônico, e tudo sem agrotóxicos. Isto faz que a já famosa e elevada gastronomia do Orient Express tenha um plus que deve ser levado em conta.

 

Um passeio imperdível é até a Cruz dos Condores, se internando pelo canhão do Colca. Aqui se podem observar estas gigantescas aves a curta distância, as que se concentram aí dadas as condições das correntes ascendentes que se produzem no lugar. A vista majestosa destas aves, que podem chegar aos 3 metros de envergadura será, muito possivelmente, um dos pontos altos da sua visita ao impressionante Canhão do Colca.

 

O hotel Casitas do Colca tem valores que vão dos US$ 500 aos US$ 900, segundo a habitação. Incluem café da manhã, almoço e jantar à la carte, bebidas alcoólicas e não alcoólicas. Os vinhos e licores especiais são cobrados à parte. Passeios a cavalo, caminhadas, mountain bike e pesca com mosca.

 

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www.lascasitasdelcolca.com.pe

 

A FESTA DO INTI RAYMI

 

Durante o reinado da civilização inca, as principais festas eram durante eventos astronômicos, como solstícios e equinócios. Estas festas eram expressões da relação harmoniosa dos homens com as manifestações cósmicas e naturais de divindade. O Sol, ou Inti, a mãe Terra, ou pacha mama, a Lua, os astros, o arco-íris, tudo era objeto de veneração e respeito. Entre todas as festas incas a mais importante é a festa dedicada ao Sol, ou Inti Raymi, já que o astro rei para eles era a máxima expressão visível da Criação, origem e fonte da própria vida. Era realizada no solstício de inverno e em Cusco os aspectos mais transcendentais se realizavam sucessivamente em dois lugares: na grande praça e no Coricancha. A primeira é o que hoje é a Plaza de Armas da cidade, enquanto que o segundo ficava na atual praça e templo de Santo Domingo. Hoje, esta festa é um dos eventos que mais atrai visitantes até Cusco, e é recriada pelos nativos com um cuidado e respeito que sensibiliza ao mais duro espectador. Impossível de descrever, só vendo. Esta festa se realiza no dia 24 de junho, dia de Cusco, mas, se quiser ir à cidade nesta data especial, tente o quanto antes possível assegurar seu lugar. Parece que o mundo converge para lá.

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