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Investigação da Animal Equality em granjas da indústria de ovos no Brasil. Foto: Animal Equality

 

Nesta terça-feira (13), a organização internacional de proteção animal Animal Equality lançou campanha pedindo para três redes de hospedagem - Selina, Blue Tree Hotels e Bourbon Hotéis e Resorts - o compromisso público de banir ovos de gaiolas de suas operações. A página da campanha contém petição, mais informações sobre as empresas e a problemática da produção com confinamento extremo.

 

Mesmo após tentativas de negociações, as empresas mostraram pouco interesse em realizar a transição gradual de um sistema com gaiolas para a alternativa conhecida como cage-free, que oferece mais espaço para cada ave, além de poleiros e ninhos. Apesar da produção em gaiolas ser um problema amplamente reconhecido pela comunidade científica, mais de 95% das galinhas são submetidas a este sofrimento no Brasil.

 

A tendência de mudança já acontece na indústria hoteleira, onde grandes redes como Club Med, Choice Hotels, Radisson, Meliá, Intercity, Hyatt, Palladium, Wyndham, Atlantica, Accor e Hilton já se comprometeram a banir ovos de gaiolas de seus restaurantes, entendendo o sofrimento animal e a demanda dos consumidores.

 

O problema das gaiolas

 

Nas gaiolas, cada ave tem uma área menor do que o tamanho de uma folha de caderno. Essa limitação impede movimentos básicos, como esticar as asas e dar alguns passos, além de impossibilitar comportamentos naturais e essenciais da espécie - tomar banho de poeira, empoleirar, ciscar e ter acesso a ninhos. Essa intensa restrição resulta em danos físicos e psicológicos.

 

O estresse causado pelo confinamento também afeta negativamente o sistema imunológico das aves. Um dos estudos mais completos sobre salmonella e ovos é da European Food Safety Authority (EFSA), concluindo que galinhas criadas em gaiolas têm maior probabilidade de estarem contaminadas pela doença, a principal responsável por surtos transmitidos em alimentos no Brasil.

 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) também já advertiu que o novo coronavírus não será a última pandemia e lembrou que os avanços sanitários serão insuficientes se não houver mudanças com relação à questão climática e ao bem-estar animal, sendo o confinamento extremo um terreno fértil para disseminação de patógenos.

 

Desde que começou a atuar no Brasil em 2017, a Animal Equality já trabalhou para que 95 empresas assumissem o compromisso de banir os ovos de gaiolas de suas operações. "Mesmo sem sucesso nas negociações com essas redes, decidimos que não poderíamos ignorar o sofrimento de mais de meio milhão de galinhas que Selina, Blue Tree e Bourbon juntos têm o poder de impactar. Por elas, vamos seguir tentando dialogar e mostrar a eles a relevância desse compromisso", disse Julia Almeida, Gerente de Relações Corporativas da organização.

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