A singela Igreja da Ermida da Padroeira de Minas Gerais, localizada em Caeté – no roteiro Entre Serras da Piedade ao Caraça- foi elevada a basílica no dia 15 de dezembro de 2017

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Basílica Ermida da Padroeira de Minas Gerais. Foto: Arquidiocese de BH 

 

A Igreja Ermida da Padroeira de Minas Gerais, que integra o complexo arquitetônico do Santuário Nossa Senhora da Piedade em Caeté (MG), foi consagrada basílica, durante missa celebrada pelo arcebispo Dom Walmor Oliveira de Azevedo no final de 2017. A celebração incluiu o rito de dedicação do altar da Igreja, que recebeu duas insígnias comuns às basílicas: a Umbela e o Tintinábulo. Caeté compõe com Barão de Cocais, Santa Bárbara e Catas Altas o roteiro Entre Serras da Piedade ao Caraça, um dos roteiros do Circuito do Ouro.

 

A Umbela, nas cores vermelho e dourado, que remetem à Basílica São João de Latrão – cátedra do Papa Francisco, protege o Santíssimo Sacramento durante as procissões. Já o Tintinábulo é um campanário portátil, com pequeno sino, que traz ainda o ícone da Padroeira da Basílica, o brasão do Papa ou o do Vaticano. O nome também mudou para Ermida da Padroeira de Minas Gerais – Basílica da Piedade.

 

Assim como as catedrais estão ligadas aos bispos e arcebispos, as basílicas têm vínculo direto com o ministério do Papa e, por isso, são consideradas pela Igreja como território internacional, com grande influência nas regiões onde estão inseridas. Normalmente, são grandes edificações, capazes de receber muitos fiéis. Assim, a Ermida da Padroeira tem uma singularidade que a torna ainda mais especial: é a menor basílica do mundo.

 

Com os novos títulos, Minas Gerais tem agora 16 basílicas, sendo duas no território da Arquidiocese de BH – a de Nossa Senhora de Lourdes, no Bairro de Lourdes, na Região Centro-Sul, e a de Santo Cura D’Ars, no Bairro Prado, na Região Oeste da capital.Hoje, conforme especialistas, o título tem um sentido peculiar, sendo dado a igrejas que preencham alguns requisitos: ter qualidades artísticas e ser centro de concentração religiosa e piedade do povo. Para merecer o reconhecimento, são necessários documento oficial do Papa, sagração e coroação da imagem, entre outros.No mundo, são quatro as maiores: as de São Pedro, São Paulo, Santa Maria Maior e São João de Latrão, em Roma, Itália. Todas as demais são chamadas basílicas menores.

 

Tombada pelo estado, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e pelo município de Caeté, a Serra da Piedade faz parte do roteiro Entre Serras, que liga o Santuário da Piedade (em Caeté) ao Santuário do Caraça (em Catas Altas). Os dois santuários são considerados grandes ícones de religiosidade do estado e fazem parte da rota religiosa do Circuito do Ouro. Agora, quem participa de algum retiro ou de algum evento noturno pode contemplar a nova iluminação da ermida, que realça sua arquitetura, com 100 lâmpadas de LED.

  

A fama do lugar teria começado entre 1765 e 1767, conforme a tradição oral, com a aparição de Nossa Senhora, com o Menino Jesus nos braços, a uma menina muda de nascimento, cuja família vivia na comunidade de Penha, a seis quilômetros da Serra da Piedade. No momento, a menina teria recuperado a fala.O episódio tocou o coração do português Antônio da Silva Bracarena, que estava então na colônia para ganhar dinheiro. Ele se converteu e decidiu dedicar sua vida à construção de uma capela no lugar onde ocorrera o milagre.

 

O singelo templo dedicado a Nossa Senhora da Piedade começou a ser erguido em 1767 e, mais tarde, ganhou a imagem esculpida por um jovem de Ouro Preto (cidade que faz parte do roteiro Entre Cenários da História),depois reconhecido como mestre do Barroco mineiro – Aleijadinho. O artista possui obras espalhadas pelos demais roteiros do Circuito do Ouro. A consagração de Minas a Nossa Senhora da Piedade ocorreu em 1960, após o papa João XXIII reconhecer que Maria é a padroeira do estado.

 

Já o título de Basílica é concedido pelo Papa, após análise da Congregação do Culto Divino e da Disciplina dos Sacramentos, do Vaticano. A determinação veio a partir de um pedido de Dom Walmor e dos bispos mineiros e, em junho deste ano, o arcebispo esteve em Roma levando um documento com as assinaturas dos religiosos e solicitando que a igreja fosse elevada à condição de Basílica. O pedido foi então acolhido pelo Papa Francisco, que conhece a história do santuário e já havia concedido a sua bênção apostólica a todos os peregrinos que visitam o território sagrado.

 

“Entre Serras: da Piedade ao Caraça”, é um dos quatro roteiros estabelecidos no Circuito do Ouro (os outros são Entre Trilhas, Sabores e Aromas; Entre Cenários da História e Entre Ruralidades e Personalidades) e ideal para quem gosta de turismo religioso e é apaixonado por gastronomia e natureza. Para saber mais informações sobre este e os outros roteiros, acesse: http://circuitodoouro.tur.br/

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