Acolhedora e apaixonante, a “terra do Tango” tem muito a oferecer e proporciona experiências memoráveis

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Vista aérea de Buenos Aires. Foto: Viagem News

 

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Boas-vindas no Aeroporto Internacional Ministro Pistarini, mais conhecido como Aeroporto Internacional de Ezeiza. Foto: Viagem News

 

“Minha Buenos Aires querida”, este verso traduzido da popular música de tango “Mi Bueno Aires querido” escrita por Alfredo Le Pera em 1934 e imortalizada na voz do grande cantor deste gênero, Carlos Gardel, traduz bem o sentimento que adquirimos ao conhecer essa linda cidade portenha. Famosa por ser o berço do tango e por seus espetáculos encantadores e superproduzidos, a Cidade Autônoma de Buenos Aires – CABA, ou simplesmente Buenos Aires, tem muito a oferecer. Ela é acolhedora, rica em história, gastronomia e cultura, tem uma vida noturna agitada e atrações turísticas bastante diversificadas, além de ter um povo simpático. Tudo isso proporciona aos visitantes viver experiências memoráveis.

 

A influência da arquitetura europeia na cidade, principalmente a francesa, é nítida nas construções mais antigas e até mesmo em sua cultura. O que por estes aspectos, faz de Buenos Aires a capital mais europeia do continente sul-americano.

 

Visite a Casa Rosada, caminhe pelas ruas de Recoleta, visite os parques, museus e restaurantes de Palermo, curta a paz e a beleza do Jardim Japonês, a Floralis Generica, a esfuziante feira de antiguidade em San Telmo, a revitalizada e artística rua Caminito e o mítico estádio La Bombonera, faça compras na Rua Florida, vá até o Obelisco e aproveite para conhecer o icônico Teatro Cólon, adquira um livro ou apenas passe um tempo tomando café na livraria mais bonita do mundo, faça um lanche no lendário Café Tortoni, visite o dantesco Palácio Barolo, curta o entardecer em Puerto Madero e depois jante num dos restaurantes no cais, por fim, assista a um autêntico show de Tango portenho.

 

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Casa Rosada ao fundo da Plaza de Mayo. Foto: Viagem News 

 

A Casa Rosada ocupa o lugar onde ficava o forte de Buenos Aires, construído em 1580 e que serviu de residência de Vice-reis espanhóis e autoridades de governos pátrios. Passou a ser sede do governo político em 1862, com Bartolomé Mitre. Seu sucessor, Domingo Faustino Sarmiento, decidiu pintá-la de rosa para deixá-la mais bela, e com o tempo passou a ser chamada de Casa Rosada. A sede do governo argentino é a atração mais visitada por turistas e geralmente é o ponto de partida ou chegada de city tours.

 

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Casa Rosada em diferentes períodos do dia. Fotos: Viagem News

 

É possível conhecer a maioria das atrações turísticas do centro de Buenos Aires a pé, e o fato da área central ser plana, facilita a caminhada. Monte um roteiro que siga um itinerário lógico, assim, você pode otimizar teu tempo para conhecer a maior quantidade de atrações num só dia, evitando idas e vindas. Por exemplo, quando for visitar a Casa Rosada, na Plaza de Mayo (Praça de Maio), aproveite para conhecer a Catedral Metropolitana de Buenos Aires, onde o Papa Francisco celebrou suas missas por 20 anos antes de se tornar papa, o Palácio do Governo da Cidade de Buenos Aires e o Cabildo de Buenos Aires, um edifício histórico que na época colonial foi sede do cabildo encarregado de representar a cidade frente à metrópole. Outro prédio que chama a atenção é o que está ocupado hoje pelo Banco Nacional, antigamente era onde funcionava o antigo Teatro Cólon. O monumento localizado em frente à Casa Rosada é em homenagem a Manuel Belgrano, criador da bandeira nacional argentina e o monumento no centro da praça é a Pirâmide de Mayo, construído em 1811 para celebrar o centenário da Revolução de 25 de Março de 1810. Tanto a Catedral Metropolitana, quanto o Palácio, o Cabildo e o Banco Nacional situam-se ao redor da praça. Às 19h acontece a cerimônia de recolhimento da bandeira pelos soldados do Regimento de Granadeiros a Cavalo criado pelo General José de San Martín em 1812. Dois deles guardam permanentemente a entrada da Casa Rosada.

 

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Catedral Metropolitana de Buenos Aires. Foto: Viagem News

 

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 A sede do Banco de La Nación Argentina está instalada no belíssimo edifício do antigo Teatro Cólon. Foto: Viagem News 

 

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Pirâmide de Mayo. Fotos: Viagem News 

 

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Monumento em homenagem a Manuel Belgrano, criador da bandeira nacional argentina. Foto: Viagem News

 

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Granaderos recolhem a bandeira da Argentina. Fotos: Viagem News

 

O nome da praça é uma homenagem à Revolução do dia 25 de Maio de 1810, que serviu de base para a Independência argentina, a partir da qual o país passou a escolher uma forma de governo própria. A praça também é o lugar onde a cidade foi fundada pela segunda vez por Juan de Garay, no dia 11 de junho de 1580, com o nome de “Ciudad de la Santísima Trinidad y Puerto de Santa María del Buen Ayre”. Para aqueles que não sabem, Buenos Aires teve duas fundações: a primeira no ano de 1536, quando Pedro de Mendoza batizou-a de Real de Nuestra Señora Santa María del Buen Aire; e a segunda em 1580, como citado acima. A cidade não é parte da província de Buenos Aires, mas sim um distrito autônomo desde 1880. Daí ser chamada Cidade Autônoma de Buenos Aires.

 

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No fundo à esquerda da foto está o prédio do Cabildo e à direita o Palácio do Governo da cidade de Buenos Aires. Foto: Viagem News

 

Perto da Plaza de Mayo encontra-se a Rua Florida, ótima para fazer compras, inclusive de malhas de cashemere e alfajores; ótima também para conhecer belíssimos edifícios antigos de arquitetura europeia e para visitar as lindas Galerias Pacífico e Galeria Güemes com arquitetura em estilo art noveau. Nesta última, pode-se visitar um mirante no alto do prédio, mas, antes verifique o valor da entrada e o horário de visitação. Considerado o primeiro arranha-céu de Buenos Aires, o edifício de 14 andares da Galeria Güemes é um mix de estilos art noveau, neoclássico e gótico com colunas e escadas em mármore, detalhes em bronze e cúpulas de vidro. Ambas as galerias constituem passagens que ligam a Rua Florida e a Rua San Martin. Inclusive, no caso da Güemes, a fachada da Rua San Martin mantém seu aspecto original, ao passo que a fachada da Rua Florida foi reformada em virtude de um incêndio numa de suas lojas ocorrido no ano de 1971. O prédio passou por um processo de restauração que começou na década do ano 2000 e foi finalizado em 2013.

 

Para as crianças e amantes de doces, vale a pena visitar a loja Arcor Center no número 643 da Rua Florida, vizinha à loja da Zara. A decoração da loja é uma tentação, repleta de balas, chocolates, bombons e outras guloseimas mais. “Cambio, cambio, cambio”, isso é o que mais se escuta ao caminhar pela Rua Florida, e certamente permanecerá na tua memória por muito, muito tempo.

 

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Galerias Pacífico. Fotos: Viagem News

 

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A cúpula da Galeria Güemes é uma obra de arte. Fotos: Viagem News

 

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A tentadora loja Arcor Center. Foto: Viagem News

 

Outro ponto turístico imperdível localizado perto da Casa Rosada é o icônico Gran Café “Tortoni”, fundado em 1858. A decoração do ambiente com objetos antigos que contam sua história, traz uma certa nostalgia e te transporta para uma outra época. Há ainda um salão reservado com um palco no fundo do café, onde ocorrem apresentações esporádicas e onde é possível ter aulas de tango. Contudo, as aulas são pagas. O cardápio do Tortoni é bem variado e os preços não são baratos, mas, vale a pena fazer uma refeição, comer uma pizza, tomar um lanche ou apenas beber um cafezinho no estabelecimento.

 

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O Gran Cafe Tortoni é tão procurado pelos turistas que é comum haver fila para entrar. Até famosos artistas internacionais como a atriz espanhola Marta Hazas não se importam de ficar na fila para conhecer o Café. Foto: Viagem News

 

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Gran Cafe Tortoni. Foto: Viagem News

 

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Salon Alfonsina, salão reservado no Cafe Tortoni onde se realizam apresentações e aulas de Tango. Foto: Viagem News

 

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Gran CafeTortoni - Sala Eladia Blazquez. Foto: Viagem News

 

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Café Tortoni. Fotos: Viagem News

 

Puerto Madero situa-se a poucas centenas de metros atrás da Casa Rosada, e é um excelente lugar para se fazer uma refeição, num dos muitos restaurantes, bares ou lanchonetes à beira do cais. O final da tarde é o melhor período para visitar o lugar, pois o por do sol é muito bonito com as cores do céu variando do alaranjado-avermelhado até o rosado no céu azulado. Além dos restaurantes, lanchonetes e bares, o Navio Museu Fragata ARA “Presidente Sarmiento” da marinha argentina atracado no porto e a Ponte das Mulheres são os principais atrativos turísticos do local.

 

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Puerto Madero. Foto: Viagem News

 

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O entardecer em Puerto Madero produz um céu belíssimo que mais parece uma pintura em tela. Foto: Viagem News

 

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Puerto Madero à noite. Foto: Viagem News

 

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 Fotos: Viagem News

 

O nome do navio é uma homenagem ao sétimo presidente da Argentina Domingo Faustino Sarmiento, que governou o país entre os anos de 1868 a 1874 e durante seu governo fundou a Escola Naval Militar. Declarado Monumento Histórico Nacional no ano de 1962, o navio museu expõe em seu interior trajes tradicionais usados por tripulantes da época, armamentos, muitos objetos típicos de um navio militar e outros até inusitados. A embarcação está localizada na Av. Alicia Moreau de Justo, 980, Puerto Madero e abre todos os dias, das 10 às 19h (exceto em dias chuvosos, por questões de segurança). É cobrado um valor simbólico para sua visitação, e a entrada pode ser paga na hora ao tripulante responsável sem a necessidade de comprar ingresso com antecedência. Em novembro de 2019, o valor da entrada cobrado era de 20 pesos argentinos.

 

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Detalhes do Navio Museu Fragata ARA “Presidente Sarmiento”. Fotos: Viagem News

 

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"Lampazo" - Este cachorro é o símbolo de todas as mascotes que navegaram fazendo companhia à tripulação em suas longas viagens que os tiravam de suas casas. Foto: Viagem News

 

A emblemática Puente de la Mujer (Ponte da Mulher), representa a imagem de um casal que dança o tango, onde o mastro simboliza o homem enquanto a silhueta curva da ponte, a mulher. Esta obra arquitetônica foi realizada na Espanha pelo renomado arquiteto espanhol Santiago Calatrava e doada à cidade de Buenos Aires por um particular. Trata-se de uma ponte para pedestres giratória com um dos maiores mecanismos de giro do mundo, projetado para permitir a passagem das embarcações à vela que navegam pelos diques de Puerto Madero.

 

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Ponte da Mulher. Fotos: Viagem News

 

Para fechar a visita a Puerto Madero com chave de ouro, prove um tradicional e suculento bife de chorizo num dos ótimos restaurantes à beira do cais.

 

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Por toda a extensão do cais de Puerto Madero há bares, resturantes e lanchonetes para todos os gostos. Fotos: Viagem News

 

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Bife de chourizo. Foto: Viagem News

 

Não muito distante da Plaza de Mayo, na Avenida 9 de Julio, a dica é visitar o Obelisco, inaugurado em 1936 para lembrar o quarto centenário da primeira fundação de Buenos Aires. O monumento de 67,5 metros de altura é um marco da cidade, obra do arquiteto Alberto Prebisch, um dos grandes expoentes do modernismo argentino. Está localizado no lugar exato onde a bandeira nacional da Argentina foi hasteada pela primeira vez na cidade. Por uma escada marinheiro de 206 degraus e 7 descansos é possível chegar ao mirante no topo.

 

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Obelisco de Buenos Aires. Fotos: Viagem News

 

A três quarteirões do Obelisco, encontra-se o icônico Teatro Colón, que ocupa o quarteirão das ruas Cerrito, Viamonte, Tucumán e Libertad. Inaugurado em 25 de maio de 1908, com a apresentação da ópera Aída de Giuseppe Verdi, este teatro está entre os melhores do mundo no gênero por conta da sua acústica perfeita. Diretores, cantores e dançarinos entre os mais importantes da história já passaram por seu palco, como: Igor Stravinsky, Herbert von Karajan, Daniel Barenboim, Maria Callas, Luciano Pavarotti, Plácido Domingo, Rudolf Nureyev, Julio Bocca e Maximiliano Guerra. O nome do teatro é em homenagem a Cristóvão Colombo (Cristóbal Colón, em espanhol).

 

Este edifício substituiu o antigo Teatro Colón que funcionou entre 1857 e 1888, em frente à Plaza de Mayo, construído em bloco e hoje ocupado pelo Banco Nacional. O projeto inicial foi concebido pelo arquiteto Francesco Tamburini, que faleceu em 1891, e foi continuado por seu parceiro, o arquiteto Victor Meano, autor do palácio do Congresso argentino. Em 1904, Meano foi assassinado em sua casa e o governo nacional encarregou o arquiteto belga Jules Dormal para terminar a obra. Este introduziu algumas alterações estruturais deixando a sua marca impressa no estilo francês da decoração. Os arquitetos Tamburini e Meano morreram aos 44 anos de idade sem concluírem a obra. Na época, as pessoas rotularam a infeliz coincidência como "a maldição do Colón".

 

A construção do teatro demorou quase 20 anos e sua cúpula foi feita pelo pintor argentino Raúl Soldi. Em 2008, o Governo da cidade fez uma reforma completa no teatro implementando os mais importantes avanços tecnológicos. Este trabalho permitiu a reabertura do Teatro para o bicentenário da Nação, em 2010. Atualmente, o prédio do Teatro também abriga diferentes oficinas onde são realizadas as produções de seus espetáculos, bem como o Instituto Superior de Arte, reconhecido no mundo inteiro e onde os futuros cantores e dançarinos líricos são formados, como Julio Bocca e Maximiliano Guerra. O teatro oferece visitas guiadas com duração de 50 minutos que podem ser agendadas no site do teatro.

 

Um pouco mais distante, mas, ainda perto do obelisco, está o Palácio Barolo. Próximo ao Congresso Nacional, é um ponto turístico conhecido pela arquitetura do edifício, história e pela vista que propicia da cidade de Buenos Aires. Construído em 1923, pelo arquiteto italiano Mario Palanti para o empresário Luigi Barolo, foi o edifício mais alto da América do Sul até que o Kavanagh fosse construído em 1935. O Barolo foi o primeiro edifício construído em concreto armado, com um farol giratório de 300.000 velas no topo. Em 2010, o Governo da Cidade restaurou o magnífico farol, que foi parte importante das festas do bicentenário argentino. Palanti e Barolo eram admiradores de Dante Alighieri e no edifício há várias referências à Divina Comédia, como a divisão geral do projeto em três partes, que correspondem ao inferno, ao purgatório e ao céu da obra. O edifício também tem reminiscências da arquitetura da Índia. Palanti tomou referências do Palácio dos Ventos de Jaipur e do templo Rajarani de Bhubaneshvar. Turistas podem agendar visitas guiadas para conhecer o Palácio Barolo.

 

Para aqueles que gostam de futebol, o estádio Alberto José Armando do Club Atlético Boca Juniors, mais conhecido como La Bombonera, é uma visita obrigatória. Seu apelido se deve ao formato parecido com o de uma caixa de bombons com o acentuado grau de inclinação das arquibancadas em três níveis. Localizado no bairro La Boca, o estádio conta com loja oficial do clube de maior torcida da Argentina. Mas, evite ir à noite e andar a pé pelos arredores mesmo durante o dia, pois de acordo com os habitantes locais e guias turísticos, o bairro é bastante perigoso.

 

Também no bairro La Boca, às margens do porto e a cerca de 400 a 500m da Bombonera, está outra grande atração da cidade: o Caminito! Uma viela com quase 150m de extensão, conhecida pelas casinhas coloridas instagramáveis, os “conventillos”, cortiços típicos com paredes de zinco. Antigamente, o local era ocupado por famílias abastadas. Para fugir da epidemia de tifo, essas famílias mudaram-se para a parte alta da cidade, deixando suas mansões quase abandonadas, as quais acabaram sendo alugadas para os imigrantes que desembarcavam no porto. Um córrego que passava por ali até o começo do século XX determinou seu traçado sinuoso. Essa zona da cidade era conhecida popularmente como "Puntin", diminutivo de "ponte" em dialeto genovês. E durante muito tempo fez parte do percurso da estrada de ferro até a Ensenada, (a uma hora de Buenos Aires), até que em 1928, o ramal foi fechado e transformado num beco abandonado.

 

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As cores do Caminito. Fotos: Viagem News

 

O lugar foi recuperado nos anos de 1950 e transformado num museu a céu aberto graças à iniciativa de vários moradores, entre os quais, o pintor Benito Quinquela Martín, um dos principais benfeitores do bairro e cuja obra se comemora através do colorido das casas do La Boca. Naquela época, as casinhas eram pintadas com as sobras das tintas utilizadas nas pinturas dos cascos dos navios que eram doadas aos moradores. Em 1959, por iniciativa de Quinquela Martín, a viela foi batizada com o nome do célebre tango “Caminito”, composto por Juan de Dios Filiberto e Gabino Coria Peñaloza.

 

Aqui acontece a “Feira de Artistas Plásticos de Caminito”, onde é possível comprar obras de artes de artistas contemporâneos inspiradas no entorno colorido e no sentimento "tangueiro". A feira funciona diariamente das 11h às 18h (inverno) e das 11h às 20h (verão). Além do Caminito em si, nas proximidades há a Fundación Proa especializada em arte contemporânea e que conta com uma ótima cafeteria e biblioteca.

 

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Fotos: Viagem News

 

Vale ressaltar que é recomendado não caminhar pelas ruas adjacentes por questões de segurança. Há inúmeros relatos de furtos e golpes aplicados a turistas. Também aconselham a não almoçar nos restaurantes da região pelo preço cobrado em relação à qualidade dos pratos. Outro alerta é para os dançarinos de tango que ficam no Caminito e cobram para tirar fotos com os turistas. Pergunte antes o preço cobrado pela foto para não ter uma surpresa desagradável depois. Há uma história famosa de um turista que pediu para tirar a foto sem antes perguntar o valor e depois os dançarinos cobraram uma quantia exorbitante gerando uma grande discussão.

 

Este ponto turístico gera controvérsias do tipo ame-o ou odeie-o. Pois, apesar de ser amado até por aqueles que apenas querem tirar uma foto no lugar pelo sucesso que ele faz nas redes sociais, há quem o odeie por achar a atração simplória e localizada num lugar que julgam feio, no subúrbio da cidade.

 

Ainda em La Boca, há um polo cultural bem interessante, instalado numa edificação de arquitetura renascentista e florentina com uma magnífica torre relógio onde funcionou uma usina elétrica da Companhia Ítalo-Argentina. Trata-se da Usina del Arte, onde produções culturais.são exibidas em dois auditórios.

 

No esfuziante bairro de San Telmo, nas esquinas das Ruas Defensa X Chile está o banco de sentar mais disputado da Argentina, o banco Monumento Mafalda, onde estão as personagens de tirinhas mais amadas do país!  Aos domingos, desde o ano de 1970, acontece a famosa Feira de Antiguidade de San Telmo, na Praça Dorrego. A feirinha, que oferece desde objetos decorativos até brinquedos antigos, fica lotada, assim como os restaurantes e bares no entorno.

 

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A tradicional Feira de Antiguidades de San Telmo. Fotos: Viagem News

 

Se quiser tomar um lanche fora dessa muvuca, caminhe até a hamburgueria Carne localizada na Rua Defensa nº 269, lá você encontrará lanches saborosos. Aliás, aproveite a caminhada pela Rua Defensa para ver e comprar antiguidades, doces de leite, alfajor, souvenirs, roupas e acessórios. Há muitas barraquinhas que vendem de bijuterias até artesanatos.

 

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Hamburgueria Carne. Foto: Viagem News

 

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A movimentada Rua Defensa num dia de domingo. Fotos: Viagem News

 

Ainda na Rua Defensa, número 755 está uma grande atração histórica: os túneis de Zanjón de Granados (Riacho de Granados). Um casarão colonial construído no século XIX por uma rica família de comerciantes espanhóis do ramo de couros. Ele havia sido abandonado pela família que fugiu da febre amarela que assolou a região e posteriormente tornou-se um cortiço. Anos mais tarde, o edifício ficou abandonado novamente e permaneceu fechado até o ano de 1985, quando um empresário comprou a propriedade para fazer uma casa de tango. Durante o início da reforma, foram descobertos túneis debaixo desse casarão, assim como objetos antigos que contam a história das duas fundações da cidade e do antigo sistema de deságue portenho. Mais tarde, descobriu-se que esse sistema de túneis foi projetado para conter as inundações que ocorriam quando a água da chuva elevava o volume do Riacho dos Granados, trazendo até restos de animais abatidos nas redondezas da cidade que haviam sido limpos para consumo.

 

Outra grande atração do bairro é o Mercado de San Telmo, numa das esquinas das ruas Bolivar x Carlos Calvo, que além de alimentos, vende antiguidades. O nome do bairro é em homenagem a San Telmo, o patrono dos navegantes.

 

Já na zona norte da cidade, visitar o belo Jardim Japonês é ter a certeza de passar momentos bem agradáveis de paz interior. Além dos lagos com carpas, pontes e edificações de arquitetura típica, flores e arbustos bem cuidados, há outras atrações de grande destaque como os exemplares descendentes de árvores da cidade de Hiroshima sobreviventes ao bombardeio atômico, o sino e um museu com objetos que retratam um pouco da arte e cultura japonesa. É proibido fazer piquenique no local, mas é possível fazer refeições no recinto, pois há uma lanchonete e também um ótimo restaurante típico de culinária japonesa. Também há um viveiro onde se pode comprar flores e plantas, e uma loja de artesanato japonês. O jardim situado no elegante bairro de Palermo foi construído no ano de 1967 pela comunidade japonesa, por ocasião da visita à Argentina do então príncipe-herdeiro do Japão, o ex-imperador Akihito e sua esposa Mitiko. Posteriormente, o Jardim Japonês foi doado à Cidade Autônoma de Buenos Aires através da Embaixada do Japão, em agradecimento ao povo argentino por abrir suas portas à imigração japonesa.

 

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 Jardim Japonês. Fotos: Viagem News

  

Adultos devem pagar entrada. Para menores de 12 anos acompanhados e com documento de identificação e aposentados / pensionistas com 65 anos ou mais a entrada é gratuita. Para mais informações, acesse: https://jardinjapones.org.ar.

 

A poucas quadras do Jardim está o Museu Evita que com peças de vestuário, artigo pessoais, material gráfico, lembranças familiares, condecorações e demais elementos recordam sua vida de atriz. O museu dispõe de um bar restaurante e loja temática. Funciona de terça a domingo, das 11h às 19h. É cobrado ingresso, menores de 12 anos não pagam. São oferecidas visitas guiadas em inglês, espanhol e português, é necessário fazer reserva e ter um mínimo de 8 pessoas.

 

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Museu Evita. Foto: Viagem News

 

Ainda em Palermo há o Museu de Artes Decorativas, o Museu de Arte Latino Americana, Museu de Arte Popular, Jardim Botânico Carlos Thays, o Ecoparque BA, o Planetário Galileo Galilei e o Rosedal de Palermo, um jardim de rosas contendo uma coleção de mais de 18.000 rosas rodeado por um lago com cisnes dentro do Parque 3 de Fevereiro onde também se encontra os Bosques de Palermo. Todo mês de julho, quando começa a temporada de poda no Rosedal, os residentes e turistas podem pedir aos jardineiros para receber as flores ou mudas com as quais novas espécies podem se reproduzir.

 

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Em primeiro plano, o monumento ao ex-presidente argentino Justo José de Urquiza, ao fundo, o planetário Galileo Galilei. Foto: Viagem News

 

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Planetário Galileo Galilei. Foto: Viagem News

 

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Rosedal de Palermo. Foto: Viagem News

 

Já no bairro vizinho de Recoleta outra flor ganha destaque, a Floralis Genérica, uma imponente escultura de flor em aço inoxidável e alumínio com 20 metros de altura e 18 toneladas que domina a Praça Naciones Unidas. Ela foi doada à cidade de Buenos Aires por seu autor, o arquiteto argentino Eduardo Catalano. E é a primeira escultura em movimento controlada por um sistema hidráulico e células fotoelétricas. Durante o decorrer do dia as pétalas da flor se abrem e fecham.

 

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A Floralis Generica fechada e aberta. Fotos: Viagem News

 

Ao lado da praça, está a bonita Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires com suas 14 colunas em estilo dórico na fachada frontal.

 

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Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires. Foto: Viagem News

 

Perto dali encontra-se o Museu Nacional de Bellas Artes. E próximo a ele o famoso Cemitério da Recoleta, onde estão os túmulos de Eva Péron, a Evita, e outros importantes líderes políticos, presidentes da nação, esportistas, Prêmios Nobel e outras personalidades importantes da história argentina. O cemitério também é conhecido por seus suntuosos panteões com abóbadas e mausoléus adornados com mármores e esculturas. Dezenas deles foram declarados Monumento Histórico Nacional.

 

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Cemitério da Recoleta. Fotos: Viagem news

 

Após visitar o cemitério, pode-se passear pela rua em frente, a Rua Alvear, conhecida por ser o endereço de numerosas lojas de marcas de luxo mundial, joalherias, grandes hotéis e vários empreendimentos da Família Alvear, como o Palácio Alvear, uma tradicional e importante família portenha. Além de ser também o endereço da Embaixada do Vaticano no número 1605. Por falar em embaixada, as embaixadas localizadas nos bairros de Palermo e Recoleta são atrações turísticas também por causa dos imóveis nos quais se situam, verdadeiras mansões centenárias com arquitetura europeia.

 

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O Hotel Palácio Alvear localizado na Rua Alvear. Foto: Viagem News

 

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O belo casarão sede da Embaixada dos Estados Unidos da América, em Buenos Aires nas esquinas das Avenida Sarmiento x Av. Colombia. Foto: Viagem News

 

Outro local que vale uma visita na Recoleta é a esplendorosa livraria El Ateneo Grand Splendid, instalada num cine teatro localizado na Av. Santa Fe, 1860. Inaugurado em 1919, ela ainda conserva a cúpula decorada com afrescos e foi eleita a livraria mais bonita do mundo pela National Geographic. No andar térreo, além dos livros há uma ótima cafeteria. No subsolo funciona um setor dedicado aos livros infantis enquanto o andar superior é dedicado à exposições e eventos.

 

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O interior da belíssima livraria El Ateneo Grand Splendid. Fotos: Viagem News 

 

Tanto em Palermo quanto na Recoleta há excelentes restaurantes para provar a gastronomia portenha. Porém, os preços acompanham a qualidade dos pratos. Na edição deste ano de 2020, inclusive, a Latin America’s 50 Best Restaurants classificou o restaurante argentino Don Julio, localizado no coração de Palermo e famoso por sua parrilla, como o melhor restaurante da América Latina. Há outros nove restaurantes portenhos na lista: Mishiguene (8° lugar), Tegui (16° lugar), Chila (19° lugar), Gran Dabbang (34° lugar), Osaka (38° lugar), El Baqueano (39° lugar), Narda Comedor (40° lugar), Aramburu (43° lugar) e El Preferido de Palermo (47° lugar).

 

Espetáculos de tango

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O Tango Porteño oferece um dos melhores espetáculos de tango. Foto: Viagem News

 

Uma visita à linda cidade de Buenos Aires não está completa se não assistir a um espetáculo de Tango. A cidade possui numerosas tanguerías com orquestras e dançarinos ao vivo. Os lugares mais conhecidos com espetáculos ao vivo costumam incluir jantar com opção entre a especialidade de carnes argentinas ou um cardápio internacional e até vegano. Geralmente também incluem traslados do hotel até o local do espetáculo. Já para quem não se satisfaz apenas assistindo a um show de tango e deseja aprender a dança, há muitos centros culturais e milongas que oferecem aulas com duração média entre uma e duas horas. Dizem que 4 ou 5 aulas já são suficientes para aprender o básico para se aventurar nas pistas de danças das tanguerías.

 

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 As casas de espetáculos normalmente oferecem traslado e a opção de jantar antes das apresentações. Foto: Viagem News

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Cenas do espetacular show de tango exibido no Tango Porteño. Fotos: Viagem News

 

Os espetáculos de tango apresentam diferenças entre si, há o mais dramático, o que conta a história do tango ao longo do tempo, o mais sensual, etc., portanto, cabe ao visitante escolher antes aquele mais lhe desperta interesse. Ou, se preferir, assistir a todos durante sua estadia na cidade. Entre os mais famosos e badalados estão o Tango Porteño, o Señor Tango e o Piazzola Tango.

 

Tanguerías

 

Nas esquinas das ruas Perú e Moreno, no coração do bairro San Telmo, encontra-se o legendário Restaurante e Tanguería El Querandí, que abriu suas portas em 1920, e se transformou num dos refúgios preferidos dos alunos do vizinho Colégio Nacional de Buenos Aires até que nos anos de 1980 teve de fechar suas portas, como tantos outros bares. Felizmente, foi restaurado em 1992 e reaberto com seu mobiliário intacto de cadeiras Thonet, tetos altíssimos, colunas salomônicas e paredes revestidas com clássica boiserie de cedro escuro, que o transformam num clássico de Buenos Aires. Hoje funciona como bar e restaurante com espetáculos de tango. Ao meio-dia, funciona como um grande espaço iluminado com mesas dispostas com bastante espaço entre elas, elegante e cômodo. Com espaços reservados para almoços de negócios, serviço de recepcionista, opção de cardápio executivo e ou a La Carte, sugestão semanal e um cardápio que se renova em cada estação. De noite, acontece um jantar show com espetáculo de tango, cozinha internacional e um ambiente aconchegante e tradicional de autêntica casa de tango. Há descontos com Club La Nacion, Club Arnet, Cencosud e Mastercard. Consulte pelo serviço de transfer em www.querandi.com.ar

 

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El Querandí. Fotos: Viagem News

 

Outra tanguería famosa é o Café de los Angelitos, situado nas esquinas das ruas Rivadavia e Rincón. Um lugar emblemático de encontro de figuras nacionais destacadas da cultura, da política, do esporte e da arte. Suas paredes decoradas com uma série de 350 fotografias, especialmente selecionadas, um palco que durante o dia permite descobrir a sonoridade do bandoneón ao vivo, e com uma decoração sóbria e elegante, transporta os visitantes ao ambiente do século XX. Funciona todos os dias de manhã à noite. Saiba mais em: http://www.cafedelosangelitos.com/landings/pt/.

 

Os cafés Tortoni, Querandí e Angelitos fazem parte dos chamados Bares e Cafés Notáveis, reconhecidos pela formosura de suas antiguidades e relevâncias cultural e social que os tornaram Patrimônio Cultural da cidade. Vale a pena conhecer alguns deles. Destaque também para: o La Biela, o Bar El Federal, o El Faro, a Confitería las Violetas, o El Preferido de Palermo, o Esquina Anibal Troilo, o La Flor de Barracas, o La Perla, o La Puerto Rico, o London City, o Petit Cólon, o El Hipopótamo, o Bar del Hotel Alvear, o Bar El Colonial, o Bar Britânico, o 12 de Octubre (Bar de Roberto), o Bar de Cao, o Bar El Estaño, o Café Garcia e o 36 Billares.

 

A agitada vida noturna portenha não se resume ao tango e aos bares e cafés notáveis, há inúmeros outros bares e casas noturnas nas 10 quadras da Rua Corrientes, a rua que nunca dorme, no histórico bairro de San Telmo, e, no renovado Puerto Madero, que certamente animarão a noite dos turistas mais boêmios.

 

Dependendo dos pontos turísticos que deseja visitar e do tempo de permanência nos mesmos, vale a pena contratar um serviço de táxi para fazer um city tour, pois tem uma boa relação custo x benefício, além de otimizar o tempo. Apenas tome o cuidado de combinar um preço antes, porque há muitas histórias de taxistas desonestos que se aproveitam dos turistas para ganhar um dinheiro a mais. Leia aqui, uma matéria específica sobre o assunto. Buenos Aires também tem a opção de serviço de ônibus turístico para city tour.

 

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Táxis em ponto perto do Caminito. Foto: Viagem News

 

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Ônibus de City Tour de Buenos Aires. Foto: Viagem News

 

É comum os turistas que visitam a Cidade Autônoma de Buenos Aires, aproveitarem a viagem para conhecer as cidades vizinhas de Tigre, San Isidro, San Antonio de Areco, Colônia del Sacramento e La Plata, no esquema bate e volta. Trens, barcos e ônibus que ligam essas cidades à capital argentina são os meios de transporte mais utilizados para as viagens. Há quem prefira ir de carro alugado, táxi ou serviço de aplicativo.

 

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